quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Entrevista Histórica a Aristides de Sousa Mendes


C&A: Boa tarde! O nosso entrevistado de hoje foi um cônsul de 2ª classe na Guiana Britânica, passando depois a exercer funções em Zanzibar, onde ganhou muito prestígio. Senhoras e Senhores, Aristides de Sousa Mendes.
Pelo que sabemos nasceu em 19.07.1885, na pequena localidade de Cabanas de Viriato perto de Mangualde (Portugal), não é verdade?

ASM: Sim, é verdade! E também estudei Direito em Coimbra, licenciando-me em 1907.

C&A: Pois bem, e o que é que aconteceu realmente em 1918?

ASM: Bem, nessa altura, em plena ditadura de Sidónio Pais, fui promovido a cônsul de 1ª classe. E devido à minha simpatia pela causa monárquica fiquei inactivo de 1919 até 1921, altura em que fui convidado a dirigir o consulado em São Francisco.

C&A: Pois, e com o golpe de Estado em 28.05.1926, foi nomeado cônsul em Vigo.

ASM: Sim e apoiando e servindo desde o início o regime ditatorial, recebi várias vezes louvores de Salazar. Todavia, com o afastamento de meu irmão do cargo de Ministro de Negócios Estrangeiros fiquei revoltado com o Governo.

C&A: Sim mas, de 1931 a 1938, foi cônsul em Antuérpia, sendo então transferido para Bordéus.

ASM: Mas à medida que crescia na Europa o Nazismo, crescia também o número de refugiados, sobretudo Judeus. Muitos deles foram para Bordéus, então sobre o Governo de Vichy.

C&A: E aí, Sousa Mendes concedeu milhares de Vistos a Judeus que procuravam escapar do extermínio Nazi, e foi por isso que ficou conhecido!

ASM: É verdade mas, esta atitude desagradou muito a Salazar, que me destituiu em 1940. Eu ainda apelei para o Supremo Tribunal Administrativo e para a Assembleia Nacional, mas de nada me valeu.

C&A: Porém, em Bordéus foi-lhe erguida uma estátua.

ASM: Acabei por morrer em 1954, com imensas dificuldades financeiras.

C&A: Obrigada por ter vindo!

Prof. Ana Lúcia R.
Adriana e Cláudia P. 8º B , L.P.

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