Aqui vamos entrevistar Aristides de Sousa Mendes, o nosso patrono, neste dia 4 de Outubro de 2010. Nascido a 1885 em Cabanas de Viriato, distrito de Viseu, em Portugal.
Os nossos nomes são Margarida Cruz e Sofia Joaquinito e vamos começar.
S- Sofia M- MargaridaASM- Aristides de Sousa Mendes
(S e M) – Bom dia! Está pronto para começarmos?
(ASM) – Bom dia! Sim, acho que sim.
(S e M) - Então vamos a isso! Fale-nos um pouco sobre si.
(ASM) – Ora vejamos. Eu licenciei-me em Direito na Universidade de Coimbra e em 1908 casei-me com uma mulher chamada Angelina…
(M) – É verdade que é sua prima?
(ASM) – Sim, é verdade, e tivemos 14 filhos. Em 1910 fui nomeado Cônsul em Demerara, na Guiana Francesa. Mais tarde fui nomeado cônsul em São Francisco na Califórnia, depois em São Luís do Maranhão, em Vigo pelo governo da Ditadura Militar e em Antuérpia, tendo o último sido em 1929.
(S) – E no ano seguinte Salazar é eleito Presidente do Conselho de Ministros.
(ASM) – Exactamente. E oito anos depois manda-me para Bordeaux, na França. Depois as forças nazis tinham entrado em Paris e uma multidão de pessoas fugiu para o sul, com esperanças de deixar a França. Chegaram a Bordeaux para arranjar um visto português para conseguirem uma passagem pela Espanha até Portugal, que era neutro.
(M) – Era você quem passava os vistos?
(ASM) – Sim, o problema foi Salazar ter ordenado às suas embaixadas para não emitir vistos de saída a russos, exilados políticos portugueses ou judeus.
(S) – Deve-se ter sentido muito dividido…
(ASM) – Chiça, aquilo foram tempo de inferno! Eu sabia o que estava certo mas estava tudo muito complicado. Milhares de refugiados procuravam-me para conseguir os vistos, e eu simplesmente soube que o que estava a ser feito era injusto, por isso pedi ajuda a dois dos meus filhos e escrevemos à mão mais de 30 000 vistos, julgo eu.
(M) – Oh meu Deus! Foi um acto de enorme bravura salvar todos esses refugiados, principalmente com o sacrifício próprio. Estava com medo da ira de Salazar?
(ASM) – Bom, claro que sim, mas como disse inúmeras vezes: “Tenho de salvar estas pessoas, quantas puder. Se estou a desobedecer a ordens, prefiro estar com Deus e contra os Homens do que com os Homens contra Deus”.
(S) – Mas essa atitude, embora nobre e corajosa, custou-lhe uma vida de miséria. Acha que valeu a pena? Nunca se arrependeu?
(ASM) – Tive sempre em mente e memória as vidas salvas de cada um daqueles refugiados, dez mil dos quais eram judeus. Dei, praticamente, a minha vida por eles, mas nunca esqueci o desespero nas suas caras quando vinham ter comigo. Era simplesmente bárbaro e eu encontrei força e coragem para abdicar da minha boa vida para salvar a deles. Suponho que nunca devia ter esperado nenhum reconhecimento por isso. Acho que fiz algo com sentido na minha vida.
(S e M) – Sim, isso não podemos negar!
Obrigada por tudo!
Aristides de Sousa Mendes morreu em 1954 na maior miséria. O seu nome foi homenageado pelo Congresso dos Estados Unidos, pelo Governo de Israel e foi restaurado a um lugar de honra e respeito pelo presidente de Portugal, Mário Soares.
Ana Margarida nº1 e Ana Sofia nº5, turma 8ºA,
professora Ana Lúcia Rodrigues
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