quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Entrevista histórica e humorística a Aristides de Sousa Mendes

E: Sr. Aristides, obrigado por nos dar o privilégio de o entrevistar.

ASM: Com muito gosto!

E: Bem, prosseguindo para a entrevista. Sr. Aristides, onde e quando nasceu?

ASM: Nasci na casa do Aido, em Cabanas de Viriato, no concelho do Carregal do Sal, aos primeiros minutos de 19 de Julho de 1885, juntamente com o meu irmão gémeo, César.

E: E chegou a nascer mais algum irmão, mais tarde?

ASM: Sim. Dez anos mais tarde nasceu o meu irmão José Paulo.

E: Sr. Aristides, cresceram aonde?

ASM: Crescemos na casa familiar em Aveiro.

E: E como foi o vosso percurso escolar?

ASM: Frequentámos a escola em Mangualde. Fizemos os estudos secundários em Viseu, partindo depois para Coimbra, onde nos formámos em Direito, no ano de 1907. Não seguimos as pisadas do nosso pai. Fizemos a especialidade de Diplomacia, 3 anos depois, precisamente no ano de 1910, marcado pelo golpe militar de 5 de Outubro. Entretanto, casei em 1909 com a minha prima Angelina de Sousa Mendes. Nesse ano nasceu o meu primeiro filho, Aristides César.

E: Quando é que foi nomeado cônsul de segunda classe, e onde?

ASM: Fui nomeado cônsul de segunda classe a 12 de Abril de 1910 na Guiana Britânica e 2 anos depois nasceram outros filhos meus chamados Manuel, José e, um ano mais tarde, Clotilde. Em 1918, na zona sul do Brasil, fui nomeado cônsul de primeira classe e no mesmo ano nasce uma filha, chamada Joana. Em 1920 nasce, em Coimbra, Pedro Nuno, outro filho. Em 1921 nasce Sebastião, o ano em que Oliveira de Salazar se lançou, pela primeira vez, na luta política. Em 1926 nasce outro filho, Luís Felipe.

E: Quando se tornou cônsul-geral?

ASM: Tornei-me cônsul-geral em 1929 quando parti para Antuérpia.

E: Chegou a mudar-se para outro sítio?

ASM: Sim, mudei-me para Lovaina, uma cidade flamenga, com a minha mulher e os meus filhos. Na mesma cidade nasceram mais dois filhos. João Paulo em 1932 e Raquel em 1933. Raquel morreu 18 meses mais tarde, vítima de doença desconhecida.

E: Pediu, alguma vez, para ser transferido de posto?

ASM: Sim, pedi a Salazar que me transferisse de posto, cansado da pressão dos meus colegas que cobiçavam o meu trabalho. Fui, então, transferido para Bordéus, a 29 de Setembro de 1938.

E: É verdade que passou vistos a refugiados, apesar de contraria a circular nº 14 de 13 de Novembro de 1939?

ASM: Sim. Não podia deixar que aqueles refugiados fossem apanhados e mortos, por isso decidi passar vistos a todos os refugiados que me pedissem, mas mais tarde Salazar descobriu e mandou dois diplomatas virem buscar-me para ser escoltado para Lisboa, sob prisão.

E: Ficou preso no país?

ASM: Sim, fiquei e senti-me na necessidade de enviar os meus filhos para o estrangeiro.

E: Sofreu enquanto esteve preso no país?

ASM: Sim, sofri. A minha mulher morreu e eu tive um derrame cerebral.

E: Quando morreu, Sr. Aristides?

ASM: Morri a 3 de Abril de 1954.

E: Obrigado pela entrevista, Sr. Aristides. Foi um prazer entrevistá-lo!

ASM: O prazer foi todo meu!


Autores: André Cabana, nº4
João Teixeira, nº13
Turma: 8ºB, L.P. professora Ana Lúcia Rodrigues

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